sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O Menino do Pijama Listrado

Sempre tive vontade de ler O Menino do Pijama Listrado de John Boyne, e tive a oportunidade quando minha prima veio passar uns dias aqui em casa e trouxe este livro com ela. Quando eu vi, não deu outra: peguei o livro emprestado para ler. Abaixo estão minhas impressões:

Bruno, um menino de 9 anos, vive com sua família em Berlim, e seu pai é um comandante a serviços da Alemanha. O menino não tem ideia dos problemas que o mundo está passando, muito menos da guerra, e tudo ia bem, até que, um dia, Bruno chega em casa após a escola e descobre que estão de mudança. A família vai para uma casa pequena em um lugar praticamente isolado de tudo, devido ao trabalho do chefe da família. As crianças não gostam muito dali e Bruno não tem com quem brincar, nem nada para fazer. Com o passar dos dias, numa tentativa de se distrair, Bruno sai para explorar o lugar e acaba conhecendo um menino que mora do outro lado da cerca de um campo de concentração.

A história é basicamente essa, um menino que muda de cidade, acaba detestando a nova casa, não tem amigos, e acaba conhecendo um menino que mora num campo de concentração. Mas a forma como o autor trabalha com os personagens e com as situações é que fazem do livro uma obra espetacular.
O desenvolvimento da história se dá gradualmente e continuamente, com o autor nos levando para onde quiser através de sua boa escrita. As situações que acabam ocorrendo durante o livro são muito simples e comuns, mas que pesam mais para o final da história. Aparentemente, estas situações acabam por ter valor apenas para o desenvolvimento de Bruno e suas relações familiares, mas escondem a triste realidade das pessoas que conviveram com a guerra e que sofreram com isso.
Com o desenvolvendo dos personagens, não restam dúvidas de que foram muito bem cuidados. Mesmo que Bruno seja o principal da história, os personagens secundários são muito carismáticos e sentimos empatia por eles, com exceção de um que outro. Até mesmo o pai de Bruno acaba parecendo ser uma boa pessoa, pelo menos com a família dele, e sentimos um certo carinho em alguns momentos.
Com Bruno já é diferente, é muito fácil sair gostando do menino já de cara, principalmente pelo bom caráter e instinto curioso. O autor descreve a criança de forma tão bacana que é impossível não se apegar ao garoto. E tudo isso tem um propósito, que é sensibilizar o leitor.
Por mais que a vida dessas pessoas seja normal, apenas com a mudança como um fator desagradável, o enredo caminha por momentos bastante obscuros e nos leva à um final chocante. A trama por trás da história do pequeno Bruno é totalmente pesada e cruel. O nazismo está presente em todo o livro, mesmo que de forma pouco exposta. O autor descreve algumas situações pelas quais pessoas da época eram sujeitadas a passar, como humilhações, trabalho escravo, condições de vida desumanas e, também, os assassinatos cruéis dos judeus, com o cuidado de deixar tudo isso mais sutil, mas que são percebidos logo de cara por quem conhece um pouco da história triste que foi a era do nazismo. E essa sutileza toda é mesclada com mistos de sentimentos.
O tom mais infantil do enredo, acaba por cobrir essas maldades e transforma a história em algo mais bonito, mas que brinca com a inocência dos personagens principais apenas para tentar colocar em jogo o que as pessoas que passaram por essa época vivenciaram e sofreram. É visível esse aspecto no final do livro, que faz com que reflitamos sobre uma inversão dos papéis.

O filme baseado neste livro também é muito bacana e retrata bem o que o livro quer passar. É interessante que seja realizada a leitura antes de se assistir o filme, para não estragar alguns momentos da história, pois o filme consegue se sair muito bem se for assistido antes ou depois de se ler. Recomendo por experiência própria, pois assisti primeiro e li depois. Fica aí a dica.

O livro que li era emprestado, mas a edição estava impecável. A capa é linda e condiz perfeitamente com o título da obra, assim como condiz com o enredo como um todo. Infelizmente, quem me emprestou não preza muito pela integridade do livro, pois a capa e algumas páginas estavam um tanto amassadas. Tirando isso, não houveram defeitos para declarar aqui.
A história é rápida, é gostosa e reflexiva. Pode-se ler em uma tarde tranquilamente. E vale muito a pena a leitura, porque o livro é espetacular!
Você gostou de ler O Menino do Pijama Listrado? Se não leu, faça o favor de começar já e retorne aqui para me contar o que achou. Até a próxima página!

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