sábado, 8 de novembro de 2014

Insurgente

Insurgente continua a história de Tris em busca de segurança e abrigo para as pessoas afetadas com os fatos caóticos do final do livro anterior, enquanto planeja uma forma de acabar com tudo o que está acontecendo.
Tris, Caleb e Four, vão à procura de ajuda na facção da Amizade, onde encontram outros vários sobreviventes da Abnegação. Lá eles ficam por um tempo convivendo com os "amigos", e Tris descobre que há um segredo que apenas Marcus sabe e que foi a motivação de Janine iniciar a guerra. Ela tenta descobrir qual é esse segredo mas não tem sucesso.
Certo dia eles precisam fugir da sede da Amizade e voltam para a cidade, onde são acolhidos pelos sem-facção e também pelos integrantes da Franqueza, onde encontram pessoas da Audácia. Com as alianças formadas, Tris e Four resolvem entrar no jogo de Janine e vão pra guerra.

Atenção: pode conter spoilers do livro anterior.

Insurgente inicia exatamente onde Divergente terminou, então temos uma Tris e um Caleb que acabaram de perder os pais. Nesse aspecto, esperava-se que eles ficassem chocados com a constatação disso, após a frenética luta para acabar com a execução dos Abnegados. Principalmente Tris, pelo motivo da história ser contada pelo ponto de vista dela. Contudo, achei os sentimentos dela muito superficiais, quase parecendo que ela não estava nem aí para o que tinha ocorrido. No decorrer do livro, percebemos que até o fato dela ter matado o amigo numa situação em que ela tinha que escolher entre viver ou morrer, a machuca mais do que a morte dos pais. Porém, percebemos também que a protagonista está cada vez mais desequilibrada emocionalmente, entrando em uma espécie de depressão, ainda mais quando ela fica pensando em Four e se sente desprotegida e frágil. E isso ocorre praticamente durante todo o livro.
Em contrapartida, ela é testada o tempo todo, tendo de tomar decisões difíceis em algumas partes, contribuindo para agradecimentos ou acusações entre seus companheiros, e vemos a coragem dela, explorada no livro anterior, de volta, mesmo que por alguns capítulos.
Não vi uma evolução grande nesse livro na questão de evolução de Tris, mas os personagens são bastante explorados e a história é mais legal que do primeiro livro. As relações familiares de Four são conhecidas, com grandes revelações sobre o passado dele e de sua família. Inclusive vemos que Four fica bastante incomodado com a presença de Marcus.
Tris também descobre coisas sobre sua família e se surpreende com algumas decisões e atitudes de seu irmão. Inclusive o leitor acaba ficando perplexo com algumas decisões de Caleb.
Personagens do livro anterior, estão de volta e acabam encontrando Tris em algum momento. Temos um relacionamento conflituoso entre Tris e sua amiga Christina, devido ao que aconteceu no livro anterior, que vocês já sabem, deixando claro que as coisas podem não ser mais como antes. Christina é uma personagem firme nos seus pensamentos, mas não deixa se levar pelos outros, sendo franca consigo mesma.
Janine é uma antagonista muito simpática, diga-se de passagem. As "maldades" dela têm fundamento e são coerentes com a forma de pensar dela. Em determinado momento, acabei ficando com dúvida se o pessoal da Abnegação era inocente mesmo e a Erudição estava tentando cortar o mal pela raiz. Mas enfim... Achei ela mais interessante do que a própria Tris. E do que o Four também. Aliás, acho que a autora deu chance para que outros personagens ganhassem destaque, como a líder dos sem-facção, Janine, Peter e Marcus. Peter é outro personagem que tem alguns momentos bacanas na história e consegue deixar o leitor confuso em relação à sua índole.
Falando nisso, o clã dos sem-facção é a grande surpresa do livro, se mostrando muito mais do que apenas pessoas sem-facção passando necessidades na rua e vivendo como mendigos. Eles são, na verdade, muito mais do que aparentam e muito mais unidos do que se pode imaginar.
As informações que obtemos lendo Insurgente são muitas, mas nem todas são tão relevantes pra história principal, tendo bastante material sobre os personagens e as relações familiares que tinham antes da cerimônia de escolha. Porém é bacana saber coisas sobre o passado dos personagens, principalmente por termos personagens interessantes e que tiveram muito pouco conteúdo em Divergente.
E por falar na história, Insurgente não me envolveu tanto como Divergente me envolveu, mas tem uma história mais interessante, mais polida. Na minha opinião, repito, na minha opinião, as voltas e voltas que Tris dá de uma facção à outra foram irritantes. E os momentos de depressão e os conflitos interiores de Tris são repetitivos demais. Tudo tem justificativa para acontecer, mas...
Os momentos de fuga e guerra são os mais legais, deixando o livro mais interessante, com o leitor preso no que está sendo contado, pois, em vários momentos é possível se distrair com outra coisa que não seja o livro. Acho que a perda de interesse pelo que está sendo contado foi o que mais me incomodou, porque a autora não conseguiu manter minha atenção o tempo todo durante a leitura. Eu me senti da mesma maneira de quando estava lendo algumas partes de A Esperança, de Suzanne Collins.
A edição está bacana, sem erros, a qualidade do material das páginas é boa, permitindo uma leitura agradável, assim como são os outros 2 livros. A capa é um diferencial. Aliás, todas as capas da série são bonitas, e a de Insurgente é, para mim, a mais bonita delas, com certeza.

O livro é bacana. Gostei. Divergente me agradou mais, mas Insurgente é mais interessante no quesito história. To curioso pra saber o que vai acontecer no terceiro livro, depois da revelação no final deste segundo volume. E é leitura obrigatória pra quem gosta de distopias.

Leia o post sobre Divergente aqui.

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Imagens retiradas da internet.

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