sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O Lado Bom da Vida - Matthew Quick

O Lado Bom da Vida, do escritor Matthew Quick, é um drama moderno sobre um homem que passa um tempo num hospital psiquiátrico e precisa recomeçar a vida após sua saída de lá, encarando os problemas que estavam em banho-maria enquanto estava internado.
Pat é um cara de 30 anos que acaba de sair de um hospital psiquiátrico e precisa voltar à vida normal que tinha antes de ir parar naquele lugar. Ele chama o hospital de "lugar ruim". Ao chegar em casa, seus problemas do passado voltam à tona e a família precisa dar apoio para que ele consiga recomeçar.
Um hábito que ele adquiriu é o de se exercitar muito, e treina todos os dias, e tudo o que ele mais deseja é ser alguém que valha a pena, pois acredita em finais felizes, no amor. E no lado bom da vida. É fã incondicional dos Eagles, time de futebol americano, assim como seu pai e seu irmão, o que não é o suficiente para melhorar seu relacionamento com o pai. Nessa sua busca de ser um cara melhor, ele cativa o leitor com seu jeitão camarada e otimista.
Em volto a muitos problemas, ele explode facilmente e tem colapsos, que preocupam sua família e ele próprio, pois se não conseguir se controlar, terá que voltar ao "lugar ruim". O protagonista se tornou tão sensível e inocente que, a cada deslize que comete, se sente humilhado, derrotado e chora como uma criança. Sua mão é a pessoa que mais o ama e o ajuda, seu irmão e seus amigos tentam fazer com que a vida dele volte ao normal, inclusive omitindo fatos ocorridos e o passar do tempo, enquanto ele esteve no hospital (isso me lembrou um pouco o filme Como se fosse a primeira vez, com Drew e Adam).
A trama se desenvolve com o cotidiano de Pat, que retorna ao mundo real e tem que se reajustar para poder continuar a viver com as pessoas que ama. As pessoas a sua volta, tentam ajudar da forma como podem, inclusive apresentando Pat a uma nova garota.
Porém, ele tenta a todo custo reatar com sua ex-esposa, Nikki, que o deixou dizendo que precisavam dar um tempo, o que Pat define como "um tempo separados". Porém, ela não quer mais nada com Pat, o que o deixa frustrado e o motiva a tentar ser uma pessoa melhor para reconquistá-la. Mais exercícios e pega gosto pela leitura, pois isto é o que ele acredita que pode acabar com o tempo separados.
Só que Pat acaba sentindo um carinho por Tiffany, a nova garota, pois possuem algo em comum em relação aos seus relacionamentos, contudo, a relação entre eles é bastante perturbada e estranha e, também, peculiar, pois ambos tem problemas com seu passado e podem encontrar nisso uma fonte para se reerguerem. Tiffany é misteriosa e explosiva, sempre com uma resposta e um palavrão na ponta da língua, mas tem um bom coração, e por mais que só cause problemas, tenta ajudar Pat como pode, pois dessa forma ela acaba se ajudando também.
Matthew Quick construiu personagens bastante complexos e interessantes, mas o tratamento dado ao Pat, no início da história, pelo menos, é praticamente como se estivéssemos conhecendo uma criança de 8 anos, ou menos. Achei uma forma muito infantil de iniciar o livro para tratar de um assunto mais adulto. Não que tenha sido ruim, mas acaba dando uma primeira impressão estranha. Depois acaba-se por se acostumar, pois é perceptível os problemas e confusões mentais do protagonista, o que justifica a forma da escrita.
O desenvolvimento da história é bem bacana, mas a maior parte do livro são descrições dos treinamentos do protagonista, o que acaba nos deixando com receio sobre o restante. Claro que tem sua relação com a obra em si, mas poderia ter menos explicações do que Pat faz toda manhã e mais em atividades que não envolvam exercícios físicos, por mais que a história esteja sendo contada na forma de um diário.
Gostei bastante do desenvolvimento do relacionamento entre os personagens e da forma como foi sendo abordado o passado de Pat para nos explicar o que o levou a parar no hospital. As partes dramáticas, em sua maioria, são interessantes, mas fiquei meio incomodado com alguns exageros do personagem.
O mais emocionante é como o relacionamento dele com seu pai se desenvolve, pois Pat tenta de toda forma melhorar o clima entre eles, mas seu pai é muito arrogante. É muito ruim a forma como o homem trata o filho.
Vamos dar créditos às ótimas participações de Tiffany na vida de Pat. Ela é muito engraçada, até nas suas brigas e despejos de rancor, desde o momento em que conhece Pat.
O livro é muito bom, a escrita é de forma tranquila, o que acaba facilitando a leitura, mesmo que às vezes se sinta que o que está escrito já foi lido antes, pois tem muita repetição de acontecimentos. Contudo, tem mensagens legais, alguns diálogos são engraçados, as lições que Pat dá são muito bacanas. Em sumo, é um livro cativante, passa sensações e sentimentos diversos e prende o leitor.
Minha edição não apresentou erros grotescos, mas a capa, edição capa do filme, não me chamou muito a atenção. Acho que não sou muito fã de capas com rostos de pessoas. Mas gostei da tira no meio da capa, faz muito sentido com o livro em si, assim como o título.
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Até a próxima página!

Créditos das imagens:
http://www.intrinseca.com.br/blogdasseries/resenha/resenha-de-o-lado-bom-da-vida-de-matthew-quick/

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